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Coleção Frevo homenageia Duda e Getúlio

19/02/2018

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A coleção Frevo, Memória Viva, lançada pela Cepe em 2017, apresenta dois novos volumes no dia 25 de fevereiro, às 15h, no Paço do Frevo: Maestro Duda: Uma visão nordestina e Getúlio Cavalcanti: Último regresso.


O autor, jornalista Carlos Eduardo Amaral, aborda a evolução do frevo, episódios da história, e a trajetória profissional dos compositores envolvidos. Aqui ele fala da iniciativa da Cepe e de suas ideias para a renovação do ritmo, em entrevista editada para o site:


Como crítico de música eu sentia necessidade de uma biografia dos compositores vivos de frevo, que pudesse servir de norte para futuros estudos acadêmicos ou análises críticas. Em 2015 lancei pela Cepe Editora meu primeiro livro, Clóvis Pereira: No reino da pedra verde. A partir dele sugeri que a Cepe, como instituição comprometida com a arte e a cultura pernambucanas, direcionasse atenção ao frevo. E a Cepe me encarregou da missão de viabilizar essa coleção.  


...O frevo de bloco precisa se antenar com a juventude. paralelamente buscando ampliar o horizonte poético e atingir o público nacional que aprecia MPB de alto nível. Algumas receitas incluem atuar no formato voz e violão ou com grupos de câmara arrojados ou de piano, sem indumentária carnavalesca, intercalando as canções com artistas convidados, uma vereda que Spok explorou primeiro, na transposição do frevo de rua para o palco.


...No frevo-canção, para que mais intérpretes voltem a gravar frevo pelo Brasil, é preciso reunir artistas consagrados para gravar videoclips, fazer shows. E os artistas locais devem incluir ao menos um frevo-canção em seus trabalhos...


...No frevo de palco existem múltiplas experimentações harmônicas, estruturais, tímbricas e rítmicas a serem exploradas...O arrojo estético deve ficar para o frevo de palco...No frevo de rua, os compositores que estão sendo instigados por iniciativas didáticas e artísticas vão escrever coisas legais...mas não podem esquecer de uma receita seguida pelos mestres do passado: saber do que o povo gosta.


...a Lei do Momento Frevo, de 2013  obriga a veiculação de pelo menos duas músicas diariamente, nas emissoras de rádio...mas como não prevê punição para os casos de descumprimento, fica por isso mesmo e não adianta reclamar de ineficária...Mas há outras formas de fomentar o frevo na mídia. Por exemplo, o governo poderia exigir a veiculação do frevo na grade das emissoras, em contrapartida aos seus investimentos. {Outras  formas de arte também poderiam ser beneficiadas, com programas, spots, links, músicas etc...}.


Para evitar que o frevo seja divulgado apenas durante o Carnaval, Carlos Eduardo propõe várias ações, como festivais, um edital específico do Funcultura, estímulo a grupos e cantores de projeção nacional, qualificação dos instrumentistas, cantores e compositores de frevo para a produção, promoção e captação, investimento nas mididas sociais, entre outras.