TEREZA COSTA RÊGO: UMA MULHER EM TRÊS TEMPOS

BRUNO ALBERTIM

Até ser reconhecida, enfim, como uma das maiores expressões modernas das artes plásticas de Pernambuco, Tereza Costa Rêgo percorreu um longo caminho em que foi tudo para os outros: filha de senhor de engenho, bisneta do Conde da Boa Vista, ex-esposa de juiz, mulher de líder político em plena ditadura, além de mãe e avó. Quando se mudou para Olinda depois da morte do marido, decidiu ser ela mesma, uma mulher e sua pintura. Foi então que se tornou imortal. Sua pintura, conhecida pelos tons saturados e o vermelho icônico, reage à imposição dos padrões morais da sociedade açucareira mas, principalmente, declara a libertação feminina, que abandona a submissão e se torna dona do seu corpo. Tal qual ocorreu consigo mesma.